Corrupção 'assombra' Benfica. Da suspensão aos milhões, eis o que se sabe

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Está instalada mais uma polémica no futebol português, depois de, esta terça-feira, o Ministério Público ter acusado a SAD do Benfica da prática de um crime de corrupção ativa, em concurso com um crime de oferta ou recebimento indevido de vantagem, no âmbito do chamado 'caso dos emails'.

 

De acordo com a edição desta quarta-feira do jornal A Bola, a suspeita é de que o ex-presidente, Luís Filipe Vieira, e o ex-assessor jurídico, Paulo Gonçalves, "em representação" do clube da Luz" e no interesse desta, tenham atuado, juntamente com Fernando Oliveira e Paulo Grencho, então presidente e diretor desportivo do Vitória FC, respetivamente, "em união de esforços e intentos", terão elaborado "um plano que passava pela disponibilização de fundos, ou de outros ativos com valor desportivo", entre 2016 e 2019.

Para a procuradora, Cristina Mota, o objetivo dos encarnados passada por "obter, nos jogos entre ambos, resultados que satisfizessem os respetivos interesses desportivos", isto é, procurando obter, da parte dos sadinos, "uma atuação a favor dos seus interesses, designadamente, no que respeita a resultados desportivos".

"Luís Filipe Vieira, Paulo Gonçalves e Fernando Oliveira iniciaram uma sequência de contratos simulados (e consequente emissão de faturação falsa), porquanto não correspondiam a real vontade das partes, permitissem a prossecução daquele objetivo", pode ler-se no despacho.

Em causa estão, mais especificamente, negócios envolvendo as transferências de Bruno Varela, João Amaral e Wyllian. Como resultado, o Ministério Público pede que a SAD do Benfica seja condenada com a pena de "suspensão de participação em competição desportiva por um período de seis meses a três anos".

Rui Costa (então vice-presidente e agora presidente) e Domingos Soares de Oliveira (à altura, administrador financeiro, e atualmente diretor executivo do Al-Ittihad Jeddah) foram ilibados, apesar de figurarem "como subscritores em alguns contratos em causa". Ao invés, irão atuar enquanto testemunhas de acusação.

Rivais estão atentos

O Sporting reagiu, em forma de comunicado emitido através das plataformas oficiais, já ao final da noite, sublinhando a "importância de se garantir que, pelo menos desta vez, a imagem e a regularidade das competições desportivas portuguesas não sejam as únicas partes afectadas".

"A Sporting Clube de Portugal – Futebol, SAD vai continuar a acompanhar de perto a evolução do processo judicial em causa, colaborando activamente com as autoridades competentes para que os responsáveis sejam punidos e este tipo de comportamentos erradicados de vez do desporto nacional", pode ler-se.

O FC Porto, por seu lado, já se tinham constituído assistentes no processo, e estão, agora, a estudar quais os próximos passos a dar. Em cima da mesa, acrescenta a publicação, estará a possibilidade de aderir à acusação do Ministério Público e, eventualmente, pedir uma indemnização.

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