
Desperdiçar uma liderança forte!
16/01/2021 07:27
foto: Gualter Fatia/Getty Images |
O Sporting ontem deveria ter vencido o Rio Ave. Não só porque é mais forte, como é em nossa casa (quem disse que o público não fazia falta?) e porque o jogo era, de certa forma, muito parecido com o que fizemos na Madeira diante do Nacional. Não pelas condições atmosféricas, mas garra que era necessário mostrar para nem haver dúvidas quanto ao vencedor. O empate é justo prémio pelo que a equipa de Vila de Conde fez, sustentada numa grande exibição de Francisco Geraldes.
A equipa ontem não mostrou isso. Foi pena. O Porto e o Benfica hoje estariam a 6 pontos de nós!
Foi uma desilusão o jogo diante do Rio Ave. Pela segunda vez consecutiva confirmamos algum incapacidade de Rúben Amorim para mexer e reagir. Esperar pelos últimos 20 minutos para tentar dar a volta a um jogo fundamental não é compreensível.
O plantel é curto? É!
Mas ontem havia Bragança, Jovane e Pedro Marques no banco. Eu, do alto da minha sapiência de treinador de bancada (somos todos, certo?), imaginaria que este trio rapidamente poderia ter entrado antes de se completar o primeiro quarto de hora da segunda parte. Reparem que não é daquelas coisas que se diz depois do resultado conhecido. Não! Há alguma incapacidade, por vezes, estranha até, de não entender porque Rúben Amorim não mexe na equipa.
Se no ano passado até compreenderíamos isso pela falta de soluções, este ano elas estão no banco e merecem a sua oportunidade quando os que estão em campo não estão a aproveitar o momento.
O plantel é curto? É!
Mas Rúben Amorim deveria ser capaz de desmontar o esquema de três centrais e o rigor táctico que tem usado para conseguir aplicar planos alternativos principalmente em jogos que o nosso domínio e as consequentes oportunidades de golos criadas sejam necessárias em maior fluxo. Ontem era um desses dias!
Estamos em primeiro e é óbvio que o Amorim merece crédito total por tudo o que tem sido feito. Claramente outros treinadores com esta equipa, com as lacunas mais que visíveis, estariam já completamente afastados de tudo o que conta para nós. Sabemos que é verdade porque vimos isso acontecer bem recentemente com outros treinadores.
A Rúben Amorim peço mais imprevisibilidade da nossa equipa especialmente para que os adversários não adivinhem com facilidade as nossas movimentações. Para isso é preciso mais alterações tácticas e não tenho dúvidas que ele tem essa capacidade e com isso poderá conseguir manter a nossa equipa na luta pelo título. Mas não chega e por isso entra quem lidera o clube.
Da Direcção que tem andado muito calada, e bem, espero que o trabalho de bastidores esteja a ser feito: o Sporting precisa de 2 ou 3 soluções. Refugiarem-se na pandemia é que não é solução. O mundo continua a girar e nós queremos mais porque no final quando se fizerem as contas, pedir-se-ão responsabilidades!